Chegou mais um aumento do diesel. Com a alta do petróleo no mercado internacional e a crescente desvalorização do real diante do dólar, a Petrobrás argumenta que após 85 dias com preços estáveis, chegou o momento do reajuste – dando continuidade ao efeito dominó.

Na terça-feira (28), foi anunciado pela estatal o aumento de 8,9% no preço médio do litro, entrando em vigor no dia 29. Desta forma, os postos devem aumentar o preço em aproximadamente R$0,22.

Segundo Paulo Tavares, presidente do Sindicombustíveis DF, mesmo o reajuste sendo alto, é a Petrobrás quem vai arcar com grande parte do valor repassado pelo mercado (R$0,15). “A defasagem de preço da Petrobras para o mercado é de 40 centavos, no entanto ela só repassou um aumento de 25 centavos. A defasagem de preço da gasolina para o mercado internacional já é de 22 centavos, no entanto a Petrobras resolveu não reajustar ainda a gasolina e absorver esse prejuízo com relação à sua política de preços.”

Se anteriormente as flutuações no custo do combustível não impactavam o valor do frete – levava-se em conta um valor médio – agora autônomos e transportadoras podem passar a repassar o aumento do custo para as embarcadoras para evitar maiores prejuízos. No fim das contas, é o consumidor final que acaba pagando esta conta.

“Temos que lembrar que o preço dos produtos agrícolas são impactados pelo preço dos combustíveis, o custo do transporte conta no preço total do produto. Então a gasolina permeia e influencia toda uma cadeia de produção” declarou William Baghdassarian, economista do Ibmec, sobre o impacto do aumento do combustível na inflação.

Segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), de janeiro até a data de hoje já é possível somar quase 25% de aumento no preço do diesel comum e também do S10.