Ao contrário das vendas dos veículos leves, o mercado de emplacamentos de pesados aumentou, no primeiro semestre de 2020, acumulando 37.629 veículos, contra 46.865 do primeiro semestre do ano anterior – segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). O percentual de diferença entre um ano e outro, é de 19,71%, metade do impacto que o mercado de leves sofreu. Em junho, as vendas de caminhões registraram crescimento acima do esperado – e calculado – no mês de maio. 

Isso se dá graças a aceleração do segmento de locação de caminhões, o que contribui com montadoras na retomada de produção. As locadoras, por sua vez, apontaram uma oportunidade de expansão de seus negócios, já que várias empresas estão optando por venderem suas frotas e alugarem com dispensa de serviços de manutenção. 

“Neste período de pandemia, e com o consequente impacto negativo no caixa, a desmobilização dos ativos e o aluguel são demandas recorrentes para melhorar a situação das empresas”, afirma Silva, diretor comercial da Ouro Verde.

De certo, a procura pela locação de caminhões já vinha ganhando força nos últimos anos, devido à diversas vantagens que se decorre com o serviço. Entretanto, o ano de 2020 é um marco para a modalidade crescer, pois o custo de ter a propriedade do caminhão vem sendo desmistificado e visto como desfavorável pelas empresas. 

A Volkswagen Caminhões e Ônibus tem cerca de 15% de sua produção voltada às locadoras. Em 27 de abril, a empresa e a Scania foram as primeiras montadoras a retomar atividades após as paradas de mais de um mês em razão da pandemia. A Mercedes-Benz espera um aumento de mais de 50% nas vendas de caminhões para clientes de locadoras neste ano em relação a 2019.