Os caminhões-trator, popularmente conhecidos como “cavalinhos“, são máquinas pesadas criadas para transportar carretas que pesam no mínimo 33 toneladas.
Entretanto, no Brasil, é comum ver estes pesados rodando sem as carretas – uma prática desaconselhada por uma questão de segurança.
Estes caminhões só possuem a estabilidade e segurança necessária para rodar quando acompanhados da carreta, portanto, ao viajarem “desacoplados”, se tornam máquinas perigosas e imprevisíveis.
Seu tamanho reduzido faz com que os motoristas o conduzam com a mentalidade de que estão dirigindo um automóvel comum, e não um caminhão. Com o peso concentrado na frente, o cavalinho tem instabilidade direcional que, ao associada a uma direção imprudente, resulta na saída de traseira em velocidade e os mais diversos tipos de acidentes por perda de controle do veículo.
Outro ponto a ser observado é que, na intenção de obter uma rodagem mais macia, os caminhoneiros acabam diminuindo a calibragem dos pneus do cavalo mecânico, resultando em perda de aderência e um desgaste irregular que se concentra nos ombros dos pneus, prejudicando sua segurança e durabilidade.
Segundo Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas – entidade de vítimas de trânsito, “Quando um caminhão-trator novo sai, por exemplo, de Curitiba (PR) até uma concessionária em Fortaleza (CE), terá rodado mais de 3% da vida útil do pneu de forma perigosa. Quando ocorrer o sinistro vão tentar responsabilizar o fabricante dos pneus e pedir o recall dos mesmos”
Porque os caminhões-trator rodam desacoplados no Brasil?
O transporte ideal destes veículos deve ser feito através de caminhões-prancha, preservando assim suas características originais até a entrega do veículo, em segurança. Na Europa, inclusive, esta é a única forma permitida de circular com os cavalinhos. Entretanto, no Brasil, não existe essa legislação, portanto, para reduzir custos, os veículos são entregues rodando desacoplados.